CIDADE PODERÁ TER CÂMERAS DE VIGILÂNCIA “A SERVIÇO” DA POLÍCIA NA PRAÇA CENTRAL.

13/07/2015 08:45
Local onde aconteceu o assalto na semana passada

Local onde aconteceu o assalto na semana passada

A Prefeitura Municipal de São Gabriel vai investir cerca de R$ 100 mil na implantação de um sistema de videomonitoramento na Praça Central da cidade. No local, serão colocadas quatro câmeras de alta definição de imagem com capacidade de cobrir 100% dos pontos considerados críticos.
O objetivo do projeto, segundo revela o prefeito de São Gabriel, Roque Montagner, é ampliar a segurança da população na área central, pontos onde hoje são registradas muitas ocorrências. “Com o uso das imagens, a polícia vai poder identificar crimes e seus autores. Nos últimos meses – além de atos de violência, a Praça tem sido alvo de depredações de espaços públicos. Com as câmeras, os criminosos serão identificados e punidos”, explica o prefeito.
O assalto ao empresário Miguel Pradella, na semana passada, a luz do dia e com testemunhas, realça a importância de câmeras de segurança na área central. Os bandidos atacaram o filho do empresário a alguns metros do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).
Testemunhas viram dois homens de moto agredirem o rapaz e fugirem com um malote (com valor estimado em R$ 100 mil), mas ninguém registrou imagens ou conseguiu identificar os criminosos ou a placa do veículo.
Em volta da Praça estão localizadas seis instituições bancárias, mas, curiosamente, nenhuma tem câmeras de segurança voltadas para os pontos de acesso (rua). Algumas capturam imagens somente da calçada, outras, nem isso. A Caixa Econômica Federal (CEF) tem uma câmera – que gira 360º, mas o aparelho está fora de funcionamento.
No Rio Grande do Sul, o município de Canoas foi um dos pioneiros a implantar sistemas de videomonitoramento. Desde 2010, o trabalho de segurança pública vem sendo auxiliado por imagens.
No início deste ano, o projeto foi ampliado. A instalação de oito câmeras de videomonitoramento, adquiridas por meio do convênio da Prefeitura de Canoas com o Ministério da Justiça, começou em janeiro. Os equipamentos serão configurados para o controle na Sala Integra de Monitoramento (SIM). Atualmente, 120 equipamentos são utilizados na cidade.
Do total de câmeras em fase de compra, 56 foram demandadas pela população no Orçamento Participativo e 20 virão do programa: Crack, é possível vencer, do Ministério da Justiça. “A meta é alcançar 300 câmeras, até 2016”, adianta o secretário da SMSPC, Adriano Klafke.
Em São Gabriel, além das Praça Central, a Prefeitura Municipal pretende equipar todos prédios públicos com câmeras de segurança. O acompanhamento destas imagens será responsabilidade da Prefeitura. Já as câmeras instaladas na Praça serão monitoradas pela Brigada Militar. Para adquirir todo o equipamento e colocar o projeto em prática, a Administração Municipal iniciou processo de licitação.
A experiência do videomonitoramento em Canoas aponta que, nos locais cobertos por câmeras, há redução de crimes, como: furtos, roubos e depredações. Os pontos escolhidos são avaliados por órgãos locais de segurança. A análise é fundamentada em dados dos serviços de inteligência das polícias Civil, Militar, Rodoviária Federal; do Observatório de Segurança de Canoas (SMSPC); e registros obtidos em reuniões do Gabinete de Gestão Integrada (GGI-M).
Lages – em Santa Catarina – receberá 50 novas câmeras de vigilância, num investimento de aproximadamente R$ 1,5 milhão do Governo do Estado. Como já tinha 37 aparelhos em funcionamento, serão 87 em vários pontos da cidade.
Em junho, o centro de Campo Grande começou a ser observado por câmeras e segurança. O sistema de vigilância por videomonitoramento vai cobrir uma região responsável por 80% dos casos de roubo e furtos, segundo a Guarda Municipal.
A expectativa é reduzir a criminalidade em pelo menos 30% nos próximos meses. Tudo o que acontecer nas ruas e nas avenidas da área central da cidade será monitorado pela Polícia.

COMO FUNCIONA
No Brasil, existem aproximadamente 271 policiais para cada 100 mil habitantes, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2013. O país figura entre as últimas colocações no ranking de policiais por habitantes dentre os países latino-americanos. Com os crescentes índices de criminalidade em alguns estados, a baixa proporção entre número de policiais e habitantes foi alvo de críticas. Mas a solução não é necessariamente aumentar o quadro.
Mais relevante do que o número de policiais é a eficiência da atuação desses profissionais. Câmeras de segurança, principalmente aquelas com visão 360° e qualidade de imagem full HD, têm o poder de expandir a atuação policial pois aumentam a capacidade de monitoramento – maior áreas supervisionada – com o mesmo efetivo. Um conjunto reduzido de policiais pode ser responsável pela visualização de vídeos na sala de videomonitoramento, acompanhando as imagens geradas 24 horas por dia. Essa equipe não precisa sequer ficar de olho em tudo o tempo todo. Basta contar com os recursos inteligentes de alguns modelos de câmeras que identificam comportamentos suspeitos, veículos na contramão e placas de carros roubados.
No ano passado, o Estado de São Paulo assinou um protocolo para aumentar a segurança por meio do videomonitoramento entre a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e associações de empresas de segurança privada firmando parcerias para receber imagens e informações que contribuam no combate ao crime. Recentemente, passou a funcionar em Bogotá, na Colômbia, um programa semelhante que recebe imagens de câmeras privadas para complementar as públicas no trabalho de monitoramento urbano. Espera-se que essas iniciativas se multipliquem ao longo de 2015.

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